Cadê o pacote??

Tribuna | 09 de setembro de 2015 | Foto: Brunno Covello/SMCS

A leitora Cristiane Bezerra da Silva ouviu a conversa que rolava no Inter II dia desses. O papo era entre duas garotas – uma delas menor de idade – que queriam ir pra balada:

“-Amiga, é o seguinte, essa balada que vou te levar só tem gente decente, as meninas que eu conheço de lá são super gente boa e não ficam assediando hétero.

Então entendi que estavam falando de uma balada gay, e que a mais velha era homossexual. A mais nova responde:

– Ai guria, nem ligo pra essas coisas de ser decente ou não. Pelou menos quando tu vê uma guria e sabe as preferências dela é fácil lidar com a situação, o duro é quando tu acha que é um piá…

– Não tô entendendo você.

– Lembra aquele piá, o Fulano que eu estava ficando naquela última boate que a gente foi? Então, a coisa estava esquentando entre a gente. Eu vi que as amigas dele ficavam chamando ele de Fulana, mais tipo, pensei que ele era ‘gilete’, tá ligada? Tinha muita cara de macho, marra de macho e uma pegada que meu Deus! Fiquei encucada, mas pensei ‘ahh f***- se, vou ficar com esse piá’.

A gente começou a dar aquele amasso no canto da boate, me escondi com ele atrás de uma coluna, e quando passei a mão nas partes baixas do piá, cadê o pacote?? Não tinha amiga, era uma menina, e você sabe que eu gosto da coisa, né?! Me senti uma porta por não ter percebido antes que ele na verdade era ela.

– Sério amiga, e o que você fez?

– Ai guria, fiquei bem desconcertada, nunca pensei acontecer isso comigo, mais cê sabe né, sem aquilo não rola… Se ela me levasse pra casa e tivesse aqueles acessórios que você tem até rolava…

Confesso que fiquei louca para olhar pra trás e ver o rosto das meninas, mas continuei fazendo de conta que não tinha escutado nada, até chegar ao terminal do Campina do Siqueira.”