Dias (sofridos) de inverno no busão

Tribuna | 23 de agosto de 2014 | Foto: Brunno Covello/SMCS

Pensando sobre como começar a coluna extraordinária deste final de semana, lembrei que, teoricamente, no sábado e no domingo o movimento no busão é mais tranquilo. Isso me fez pensar no sufoco que é ir e voltar do trabalho no coletivo durante a semana, junto com todo mundo que vai no mesmo sentido que a gente.

E olha que consigo escapar dos horários de pico. Mas não é por isso que minhas viagens são menos sofridas. Em dias como ontem, por exemplo, o sofrimento já começa no ponto do ônibus ou dentro do tubo. O sol é de torrar! Ah, sem contar o calor humano. E com algumas pessoas esperando junto com a gente fica difícil escapar do calor. O jeito é ficar ali, suando.

A ilusão de que com a chegada do ônibus tudo se resolve passa rápido. O ônibus também está cheio ou então sobra um assento justamente no lado em que o sol está batendo em cheio. Ou seja, o calor continua e o aperto também.

Aproveito para dizer que não estou fazendo nenhuma crítica ao sistema, mas são coisas que acontecem. Considerem isso como um desabafo meu (e tenho certeza que cada um que está lendo se lembrou de algum ou vários momentos em que a vontade era ir correndo pra casa tomar uma água gelada. Aproveita e manda seu relato pra mim!).

E quando está frio? Sinceramente não sei o que é pior. As janelas fechadas, suando com a umidade e a sinfonia de tosses e espirros é de aterrorizar! Nos dias em que esfriou por aqui só fiquei observando o movimento…

Pra variar, todos apertados. E aí entra uma passageira com aquela cara de gripe: olho inchado e nariz vermelho. Só de ver parece que pegamos gripe também. Olhando mais de perto percebi que na sacolinha de farmácia que ela levava na mão estavam duas caixas de lenço de papel e uma receita médica. ‘Coitada‘, pensei.

Rapidinho meu pensamento mudou. Coitada de mim! Não é que a moça começou a espirrar e não parou mais. Eu juro, foram 11 espirros, um atrás do outro. E eu ali, bem do lado dela, só esperando chegar aos 20! Olhei para os lados e nenhuma janela aberta, ventilação zero.

Pra completar, os vários guarda-chuvas molhados encostadinhos na calça alheia.

Mas faz parte, né gente?!. Se não fosse assim, não teríamos a coluna pra compartilhar esses momentos. Uns bons, outros ruins ou nem tanto…

 

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