Rango bom, bolso feliz

Tribuna Regional – Boqueirão | julho de 2015 | Foto: Gerson Klaina

Pouco antes das 11h, uma fila já se forma em frente ao número 420 da Rua Mercúrio. É ali que funciona desde 2010 o Restaurante Popular do bairro – um dos quatro em operação na cidade -, que oferece refeições saudáveis a preços acessíveis. Por dia são servidas 800 refeições, que custam apenas R$ 2.

Qualquer pessoa pode frequentar o local, mas a prioridade são aposentados, pessoas sem emprego fixo ou que estão no que a nutricionista e coordenadora dos restaurantes populares de Curitiba, Morgiana Kormann, classifica como insegurança alimentar. “São pessoas que não têm acesso à alimentação de qualidade e em quantidade suficiente para suprir suas necessidades. Também não têm condição de pagar muito por refeições de qualidade”, explica.

O cardápio é composto por seis pratos. Arroz e feijão não podem faltar, além de carne, salada e um acompanhamento, geralmente legumes. De sobremesa, frutas. “Não servimos fritura. As carnes são assadas ou cozidas e fazemos o bife na chapa”, comenta a nutricionista, que já ouviu relatos de pessoas que, por conta da alimentação equilibrada, tiveram melhora na saúde.

Desde cedo
O trabalho no Restaurante Popular começa cedo. A preparação começa às 6h, quando chegam os primeiros funcionários da Associação Social do Paraná, entidade terceirizada responsável pela cozinha. Ao todo 19 pessoas trabalham no local.

Economia
Além da saúde, o preço acessível cobrado pelas refeições ajuda também o bolso dos frequentadores. “As pessoas não querem só comer, mas também cuidar do lazer, da saúde e da educação. Assim sobra para as outras coisas”, comenta Morgiana.

“R$ 2 é o preço de um copo de pinga. Eu não bebo, não fumo e assim me alimento”, comenta o aposentado Mauro Pereira Faustino, 70, um dos primeiros a chegar no Restaurante Popular. Ele mora no município de Terra Roxa e faz questão de almoçar no restaurante quando vem para Curitiba visitar a filha. “Venho todo dia, desde que abriu. Acho a comida muito gostosa”, diz.

Quem também é um dos primeiros da fila para o restaurante é o aposentado Guanair Luiz do Nascimento, 77, que não dispensa a refeição. “Chego cedo e reservo essas horas pra almoçar. Gosto da comida, é prático”, comenta ele, que sai do Xapinhal, onde mora, para almoçar no Restaurante Popular.

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