Bancando o maluco até a sirene tocar

Tribuna | 24 de junho de 2015 | Foto: Brunno Covello/SMCS

Estava tudo quieto no biarticulado Santa Cândida-Capão Raso, onde estava minha amiga Joyce Carvalho, colaboradora de hoje, que ia no sentido terminal do Portão. Até que no tubo Eufrásio Correia entrou um cara que agitou a viagem quando começou a gritar:

– Eu posso falar o que eu quiser porque eu tô pagando a passagem.

Com os olhares espantados dos passageiros ele foi logo tratando de se explicar, mas na verdade só aumentou a desconfiança de que não estava muito em seu estado normal:

– Eu falo o que eu quiser, não tô bêbado. Eu ia votar no Eduardo Campos, mas o cara morreu. É tudo culpa de vocês, que votaram na Dilma.

O resmungo continuou até que o busão passou pela Praça do Japão:

– Uhhuull! vamos pegar umas carpas pra comer!

Mas o que divertiu mesmo o pessoal foi o que aconteceu logo depois. O cara ainda estava ouriçado com as carpas quando uma viatura passou pela canaleta, com a sirene ligada. Aí a loucura/revolta/diversão passou rapidinho… Imediatamente o cara calou a boca e não falou mais nada. Foi a vez dos outros passageiros darem risada.

 

Tá caro
Entrei no busão e o assunto era a conta de luz. Seis pessoas falavam sobre isso em conversas diferentes – foi difícil prestar atenção em todas elas ao mesmo tempo, mas o comentário da cobradora pro motorista matou a pau o assunto:

“O preço da minha conta dobrou. Era R$ 90 e tá vindo R$ 200 e o meu consumo continua o mesmo. Chego em casa e não uso nada, só o chuveiro, já tirei tudo da tomada”, reclamou. O motorista antenado no assunto explicou a nova tarifação. “Agora temos aquelas bandeiras verde, amarela e vermelha. Estamos no vermelho agora”, disse. Foi então que ela soltou a pérola, com um trocadilho da empresa onde ela trabalha:

– Parece que acham que eu não trabalho na empresa Tal, mas que eu trabalho rodando a bolsinha na rua Tal.

 

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