O cobrador que sabia das coisas

Tribuna | 11 de fevereiro de 2013 | Foto: Brunno Covello/SMCS

O rapaz chegou apressado na estação-tubo próxima à Vila Trindade, por onde passa o biarticulado Pinhais-Campo Comprido. Ignorando a presença dos passageiros que esperavam pelo ônibus, pediu insistentemente R$ 10 ao cobrador. A justificativa era que precisava pagar uma dívida com traficantes, que esperavam por ele logo após a linha do trem. 
– Me dá R$ 10, por favor, eu preciso de R$ 10.

Sabendo como é a vida pela redondeza, o cobrador ainda tentou argumentar. Sugeriu ao rapaz que fosse embora e não encontrasse mais o traficante, pois seria morto de qualquer jeito, pagando ou não a dívida. Mas o jovem estava irredutível e insistia que queria o dinheiro de qualquer maneira.

Vencido pelo cansaço (ou pelo medo), o cobrador cedeu e entregou o dinheiro com uma última tentativa de fazer o rapaz ir embora. Sem sucesso. Minutos depois que o jovem deixou o tubo, o som dos tiros provou a teoria do trabalhador, que se limitou a dizer: “eu falei que isso ia acontecer”.

 

Recado das passageiras
Desde que comecei a fazer a coluna várias pessoas vieram me contar “causos” de suas viagens de busão, que estou publicando vez ou outra, como a que acabei de contar. Mas além de histórias, um recado me chamou a atenção: passageiras reclamando do comportamento dos homens.

Não, não se trata de “encoxadas” nos dias de aperto nem mãos bobas, mas uma coisa relativamente simples, creio eu, de se resolver. Muitas mulheres se sentem espremidas pelos passageiros quando dividem os assentos duplos. Ou seja, os homens que têm costume de sentar com as pernas abertas e acabam ocupando mais espaço do que lhes é de direito. Por isso nós, mulheres, fazemos um pedido especial: fechem um pouquinho as pernas (não precisa cruzar ou encostar um joelho no outro), e deixem as passageiras mais confortáveis!

 

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