Baratinha no busão

Tribuna | 16 de abril de 2014 | Foto: Brunno Covello/SMCS

Quem nunca viu uma baratinha saindo da “sanfona” do biarticulado? Aposto que além de sentir nojo veio também aquela tentação de esmagá-la com os pés… A jornalista Jaqueline Ribeiro, que há algumas semanas foi trainee aqui na Tribuna teve um encontro com elas logo em suas primeiras viagens de busão aqui em Curitiba:

“Aquela era uma noite atípica. Às onze horas da noite, na Praça Carlos Gomes, eu embarcava no terceiro ônibus na tentativa de chegar em casa após me perder mais uma vez no sistema de transporte da capital. Atordoada por ter que pagar outra passagem para embarcar no mesmo ônibus que eu tinha acabado de descer (sim, eu peguei o ônibus do lado errado do terminal), por acaso li um adesivo na frente do ônibus que dizia algo sobre o veículo ter sido dedetizado recentemente. “Por que diabos um ônibus tem que ser dedetizado?”, me perguntei. Entrei e sentei num banco atrás de uma moça com um cabelo enorme. Ela estava encostada na janela, e eu escolhi este lugar porque éramos as únicas passageiras do biarticulado naquele horário. O motorista desligou o ônibus e desceu para esticar as pernas até dar o horário de partir.

Cansada de tanto perambular atrás do ônibus certo, resolvi encostar a cabeça na janela também, mas, mal me acomodei no banco, vi uma baratinha subindo a “parede” do ônibus em direção ao cabelo da moça da frente. Eu podia muito bem ficar quieta, mas me imaginei no lugar dela e resolvi avisar. Ela espantou a baratinha e tudo parecia ok, até a hora em que olhei do meu lado, pra ver se não tinha algum inseto, e eu finalmente poder encostar. Para minha surpresa e nojo, ali não tinha só mais uma baratinha, eram váááárias baratinhas perdidas correndo de um lado para outro do ônibus. Rapidamente levantei pra trocar de lugar e observei que nos outros cantinhos também tinha barata. Disfarcei a cara de susto e fui procurar um lugar menos “sujo” pra sentar, já que a essa altura já havia outros passageiros no ônibus.

Por fim, com o susto, acabei perdendo o sono, mas terminei a “viagem” (pois é, levei uma hora para chegar em casa) dialogando comigo mesma numa reflexão sobre o porquê desses insetos estarem ali, a ineficácia do suposto dedetizador aplicado no ônibus e com a sensação de que isso acontece mais do que eu imagino. É, a sensação de já ter tido um insetinho percorrendo meu corpo em um ônibus me parece perturbadora!”

 

#Cena bizarra: Logo no começo da coluna contei da mulher que estava cortando a unha no busão. Ela usava um “cortador de unha, que espalha pedaços pra todos os lados”, disse na época. Lembrei disso quando me deparei essa semana com uma cena tão ou mais “chocante”. E como que a coluna de hoje já não está tão “limpinha”, aproveito a deixa para fazer o registro da proeza:

Ponto de ônibus cheio, busão demorando a chegar e o que me resta? Observar os outros. Olho pro lado e me deparo com a mulher (devia ter seus 45 – 50 anos) aproveitando uma linha que arrancou da sua blusa para fazer a função de fio dental. Ali, no “coração” da Avenida Visconde de Guarapuava. Não sei o que me deixou mais surpresa, se foi o fio dental que ela reaproveitou ou o ato no meio da rua…

 

http://www.parana-online.com.br/colunistas/papo-de-busao/102262/BARATINHA+NO+BUSAO