Quase fui descoberta

Tribuna | 30 de julho de 2014 | Foto: Brunno Covello/SMCS

Desde que comecei a escrever para a coluna, adotei várias táticas para não perder um bom papo de busão. Já usei gravador do celular, mandei vários emails para mim mesma enquanto estava no ônibus, mas o mais comum é pegar meu bloquinho na bolsa e registrar tudo da maneira mais discreta possível. Cheguei ao ponto de escrever o que a pessoa que estava sentada ao meu lado falava!!

Uma vez, porém, acho que uma cobradora desconfiou de mim. Pegava o ônibus com ela quase todo dia (inclusive ela já colaborou com várias colunas sem saber) quando a redação da Tribuna ainda era no Vista Alegre. E constantemente ela me via com o bloquinho na mão. Enquanto anotava um desabafo dela para o motorista, ela se virou para mim e perguntou: “O que você tanto escreve? É trabalho de escola, da faculdade?”, disse com jeito de poucos amigos.

Fiz a maior cara de desentendida e só falei que era uma matéria, sem dar mais detalhes. Acho que ela não entendeu o que era exatamente. “Pois é, você sempre fica anotando…” Tratei de guardar tudo, com medo dela perceber que o que eu anotava era o que ela mesma dizia.

 

Tirando casquinha

Mais uma daquelas sem muito pé nem cabeça, mas que abre margem para a imaginação de quem escuta. A menina jovenzinha, acho que com uns 17 anos, no telefone com a amiga falando sobre um outro amigo que estava dando umas investidas nela. A menina que estava no ônibus dizia:

“Antes de ficar com o Fulano (atual namorado) eu dava a maior força pro Ciclano. Conversava bastante com ele, a gente se abraçava muito, só que agora não dá mais. O Fulano não gosta, né?!”

(pausa para a fala no outro lado da linha)

“Quase bloqueei ele no face. Não queria ser grossa, mas é que ele fica mandando mensagem dizendo cada coisa… Ah se o Fulano pega”.

Acorda, Fulano!!!

 

http://www.parana-online.com.br/colunistas/papo-de-busao/104215/QUASE+FUI+DESCOBERTA