Marido chicletes

Tribuna | 06 de agosto de 2014 | Foto: Brunno Covello/SMCS

Semana passada contei do dia em que quase fui descoberta. Daquela vez escapei, mas sempre fica aquele receio de alguém perceber que estamos com olhos e ouvidos atentos no papo alheio ou então alguém, sabe lá como, nos reconhecer. Digo em terceira pessoa porque meu colaborador desta semana (um colega de redação) pediu anonimato. Nunca se sabe como será a viagem de amanhã… Enquanto isso aproveitamos muito bem o papo no busão!

“Sentados perto de mim no busão, a moça fala pro amigo que gostaria de comemorar o aniversário dela em uma pizzaria.

– Hum, lasanha com molho branco… Engordo só de pensar! Pior é que vou me encher e no outro dia tenho que trabalhar.

Aí o rapaz dá uma alternativa para a festa:

– Pode fazer na minha casa se quiser, porque meu pai está viajando.

Mas a garota não gostou da sugestão.

– Quero numa pizzaria com rodízio!

Definido o lugar da comemoração, o jovem se sai com essa:

– Mas você engordou depois que casou!

Ela já tem a justificativa na ponta da língua:

– É claro! Ele só me dá presente de comer: chocolate e outras coisas…

Ao que o amigo argumenta:

– Lógico. Você queria que ele desse dinheiro?

A casada fica em silêncio. Mas o rapaz insiste:

– E por que você tá junto com ele?

– Porque ele não me larga. Já tentei, mas não sai do meu pé.”

 

 

O que eu faço?
Parecia um mantra. O menininho, acho que com uns cinco anos, vestindo uniforme e mochila de escola, estava acompanhado da mãe. Sentando no colo dela, no banco preferencial, ele foi cantando durante o caminho inteiro:

– O que eu faço? Vô fazê cocô!

Confesso que fiquei com um pouco de medo, afinal, achei que era um aviso. Até pensei no estrago que seria. Mas ainda bem, foi só um alarme falso.

 

Leitura de busão: “O inimigo de Deus”. Autor: Bernard Cornwell (Literatura estrangeira/Romance)

 

http://www.parana-online.com.br/colunistas/papo-de-busao/104381/MARIDO+CHICLETES