Beleza desconhecida

Tribuna | 09 de abril de 2013 | Foto: Marco Lima

Fora do roteiro mais “badalado” de parques em Curitiba, um local, em especial, chama atenção. Mesmo com a área menor se comparado aos demais, o Parque das Nascentes do Rio Belém, no bairro Cachoeira, abriga uma verdadeira relíquia, além de contribuir para a diminuição de alagamentos. É ali que está a nascente do rio, com água cristalina, muito diferente das condições que encontramos em seu percurso de 20,4 quilômetros de extensão cruzando a cidade.

Com estrutura diferente dos outros parques, que priorizam o lazer, o das Nascentes é destinado principalmente para fins de educação ambiental e para a preservação do único rio curitibano que não recebeu nome indígena e faz uma homenagem aos colonizadores portugueses. “Os moradores do entorno também contemplam bastante o parque. A vizinhança cuida bastante, por isso temos pouca depredação”, avalia a gerente de manutenção de parques e bosques da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Walkiria Pizatto.

“Se acontece qualquer coisa no parque a gente fica sabendo. Aqui é um lugar muito bonito e importante”, complementa a aposentada e moradora do bairro Cecília Silva. Além do cuidado dos moradores, também é destaque a presença de árvores nativas, como araucária, ipê amarelo e pitanga, que atraem espécies, especialmente de aves como sabiá, pica-pau e beija-flor do bico vermelho, além de gambás, tatus e outros animais.

 

Área diminui risco de enchentes
Além de abrigar a nascente do Rio Belém, o parque também é importante por seu papel no controle de enchentes, como explica o diretor do departamento de Gestão de Risco da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Fernando Bettega. “Pela sua localização na parte mais alta, no início da bacia do Rio Belém, o parque ajuda a segurar as águas, a chuva que escorre para a parte baixa do rio e que causa alagamentos e enchentes”, afirma. De acordo com Bettega, a área verde ajuda a absorver a água da chuva, retardando o escoamento para as regiões habitadas e muitas vezes impermeabilizadas. “É diferente do que a água cair em um telhado ou em um piso impermeabilizado”, diz.

Por conta disso, o município possui um projeto para aumentar os 11,2 mil metros quadrados do parque, incorporando uma área ao lado do espaço, ainda sem data para ser colocado em prática. O recurso deve ser obtido com o governo federal, por meio do Plano Nacional de Gestão de Riscos.

 

Projeto de despoluição
Os cuidados com o Rio Belém seguem além da nascente. A extensão do rio – que apresenta uma piora das suas condições especialmente após passar pelo centro da cidade – também faz parte de um programa de despoluição, assim como é realizado com o Rio Barigui e deve se estender por toda a cidade. O foco da ação é mapear os pontos irregulares e promover a regularização. “Mas não é só fiscalizar e multar.

 

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