Ninguém fica parado

Tribuna | 14 de agosto de 2012 | Foto: Marco Lima

No grupo de artesanato em que a integrante mais jovem está próxima da casa dos 60 anos de idade, o que se percebe é a disposição das senhoras do grupo de convivência na Vila Osvaldo Cruz II, na CIC. E elas não são as únicas. Na redondeza estão em atividade pelo menos outras duas iniciativas semelhantes, que juntas reúnem mais de 80 pessoas que não estão nem um pouco interessadas em passar a terceira idade em casa.

A produção de roupas de tricô, crochê ou bordados não tem fins lucrativos. O real objetivo dos encontros é socializar e fazer novas amizades, além de participar de confraternizações durante o ano. O recurso levantado com a venda dos produtos é revertido para o próprio grupo, que realiza festinhas e compra presentes para as integrantes em datas comemorativas.

“Temos que fazer alguma coisa, senão a gente fica em casa assistindo tevê e vendo a vida passar”, diz um dos únicos homens que integra o grupo, o aposentado Teófilo Dilik, 62. Ele se mudou para a CIC depois que deixou o município de Telêmaco Borba e veio acompanhado por sua esposa Dirce Dilik, 58, que viu na participação dos grupos um estímulo para a recuperação após duas cirurgias na região do pescoço para a retirada de tumores.

Além da história de Dirce, são vários os relatos de melhora na qualidade de vida depois da entrada no grupo. Ana Zaluski, 60, passava os dias em frente à tevê. Jamile Verchai, 75, não se incomoda em sair com duas bengalas que usa por conta de problemas no joelho para ir aos encontros na Igreja da Sagrada Família e Maria Aparecida Felipe, 67, garante que saiu de uma depressão. “Minha vida era só chorar a morte do meu marido. Não comia nem dormia, cheguei aqui um caco”, lembra. Mesmo com histórias de vida diferentes, todas concordam com Mara Dinacir, 68, que sente falta quando não pode comparecer ao um encontro de segunda-feira.

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