Apaixonado por bike
Tribuna | 30 de outubro de 2012 | Foto: Marco Lima
Assim que deu uma volta com a bicicleta da marca Presidente, modelo 1949, comprada na Loja Hermes Macedo pelo pai de um amigo, o então garoto Eloe Güther se apaixonou. Na época ele não tinha condições de comprar a mesma bicicleta, o que só se concretizou décadas mais tarde, depois que se aposentou, em 1995. Desde então, o latoeiro, que hoje tem 69 anos de idade, se dedica ao hobby de reformar bicicletas antigas, entre elas o modelo que o encantou na infância.
A Presidente de 1949 foi pintada por Güther em vermelho cadmium, na mesma cor da bicicleta do amigo de infância, e tem os mesmos detalhes na pintura. As outras três bicicletas que tem em casa, duas Monarks de 1951 e de 1954, além da Prosdócimo de 1950, também ficaram iguais aos modelos originais, como se estivessem acabado de sair da fábrica. “Sempre gostei de bicicletas. Como não tinha condições de comprar antes, agora estou aproveitando”, diz.
Para transformar o que era digno de um ferro velho em relíquias, o latoeiro também investiu em detalhes dos acessórios, como a placa que indica a marca, campainhas, paralamas e guidão. E entre tantos restauros, Güther aponta a Monark 1954 azul turquesa como a que deu mais trabalho. Ele a comprou por R$ 300,00 e investiu R$ 1,4 mil no serviço que durou nove meses.
O resultado de tanto empenho se reflete no valor estimado para cada bicicleta. Ele não vende por menos de R$ 5 mil – e, dependendo da oferta, já que o valor sentimental fala mais alto. “É um hobby, sinto prazer em arrumar, tem o conceito de conservação e originalidade. No momento não estou vendendo nenhuma”, afirma. Ainda assim é possível conseguir os serviços de Güther. Mesmo querendo dar um tempo com os restauros, ele não descarta a possibilidade de ser contratado para reformar outras bicicletas. “Posso pensar, ver se vale a pena. Fazer isso é como doce de coco, você pode até enjoar, mas logo dá vontade de mais”, brinca.
