Poluição é problema

Tribuna | 20 de fevereiro de 2012 | Foto: Arquivo

 

O abastecimento de água em Curitiba e Região Metropolitana enfrenta dois grandes problemas: a qualidade dos recursos hídricos nos mananciais e a acelerada expansão da cidade. O crescimento dos municípios de forma desordenada impede que seja realizado o planejamento adequado para a ocupação do solo, o que compromete significativamente a proteção aos rios. Somam-se a isso as redes de esgoto irregulares, que representam uma ameaça constante à qualidade das águas.

Enquanto o interior do estado sofre com a estiagem neste verão, a região de Curitiba é autossuficiente e possui capacidade de abastecimento para os próximos seis meses, de acordo com a Sanepar. As quatro principais barragens destinadas à capital e à RMC (Iraí, Passaúna, Piraquara 1 e Piraquara 2) contam com 149 milhões de m3 represados, que atendem um consumo diário de 765 milhões de litros. A situação, porém, pode mudar caso a poluição siga degradando os mananciais.

“Os mananciais podem ser perdidos, como aconteceu com o Rio Palmital (em Pinhais). Perdendo um rio, temos que partir para outro”, alerta a gerente de produção da Sanepar, Rita de Cássia Gorny Becher, que também aponta outro reflexo da falta de cuidado com o meio ambiente e que interfere diretamente no bolso do consumidor. Para recuperar as águas que serão entregues à população o tratamento fica mais caro e o recurso mais escasso.

Urbanização
As ligações corretas de esgoto são apontadas como a solução mais emergente para o problema. Para o coordenador do curso de pós-graduação em Engenharia de Recursos Hídricos e Ambiental da UFPR, Cristóvão Fernandes, a qualidade das águas sofre uma forte pressão da urbanização e do uso do solo. “É um dilema. A oferta e a demanda estão no limite. O tratamento de esgoto não é suficiente para a demanda gerada e assim acontece a degradação, pois o esgoto é lançado nos rios”, lamenta. A cobertura da rede de esgoto na grande Curitiba é de 71,89%.