Cuidado com a doença do beijo

Tribuna | 19 de fevereiro de 2012 | Foto: Arquivo

 

Os foliões que pretendem aproveitar o Carnaval com muito beijo na boca precisam tomar cuidado para que a festa não deixe más lembranças. Entre um encontro e outro é possível ocorrer a transmissão do vírus Epstein-Barr, causador da mononucleose infecciosa, também conhecida como a doença do beijo, muito comum entre jovens e adolescentes. O problema não exige notificação obrigatória, o que impede um levantamento da incidência da doença. Porém, os especialistas garantem que no Carnaval os casos tornam-se mais comuns.

A saliva e o contato sexual são os principais agentes de contágio da doença que afeta principalmente as amídalas, deixando-as muito grandes, a ponto de quase encostarem uma na outra. Os outros sintomas são febre alta e criação de gânglios, em especial na nuca. Vale ressaltar que a doença do beijo é muito diferente da herpes que, também transmitida pela saliva, se caracteriza pela dor e pela criação de bolhas.

O médico infectologista do Laboratório Frischmann Aisengart, Jaime Rocha, explica que os sintomas não aparecem imediatamente, podendo demorar entre duas e quatro semanas até serem percebidos. A comprovação é feita com um exame que detecta do problema e, além disso, a transmissão pode ocorrer mesmo que a pessoa portadora do vírus não tenha manifestado nenhum sintoma. “A evolução da doença depende do quadro imunológico do paciente. As pessoas respondem de formas diferentes ao vírus”, diz. Em alguns casos, a doença do beijo pode evoluir para situações mais graves, como meningite, anemia hemolítica e ruptura do baço. Estas, porém, são consideradas exceções.

Fique atento
O período de recuperação dura em média quatro semanas e exige apenas acompanhamento médico, dispensando qualquer medicamento. No entanto, Rocha alerta para os riscos do tratamento inadequado, principalmente quando a doença do beijo é confundida com amidalite. “Como os sintomas imitam os da amidalite, muitas pessoas ingerem antibióticos. Assim, elas tomam remédios desnecessários e sentem efeitos colaterais, como reações alérgicas, por exemplo, que podem piorar o quadro”, explica. Para evitar problemas, a orientação do infectologista é reduzir o número de parceiros no Carnaval e investir na higiene pessoal. O ideal é manter as mãos limpas, uma vez que elas podem tocar superfícies com secreção de saliva, resultando no contágio.

 

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