O aconchego das cafeterias

Projetos de decoração de cafés investem em ambientes acolhedores e no conforto dos clientes

Gazeta do Povo | 30 de maio de 2010 | Foto: Daniel Derevecki/Gazeta do Povo

O consumidor que frequenta um café procura um am­­biente aconchegante para conversar com os amigos, ou um lugar para ler, estudar ou até mesmo trabalhar por uns instantes tranquilamente. Para agradar o público, esses estabelecimen­tos contam com uma decoração especial que, diferente das redes de fast food, é criada pensando nas horas de lazer de seus clientes.

“A cafeteria procura resgatar o conceito de sair de casa e ir ao café, em que o programa é estar no local, encontrar boa música, um espaço para ler um livro, estudar. O importante é ter tranquilidade na cafeteria e para isso o ambiente precisa ser aconchegante e confortável”, comenta Victor Eimer, proprietário do Café Metrópolis. “Não queremos que o cliente venha para ficar só cinco minutos”, diz.

Cada elemento da decoração faz a diferença nos ambientes e contribui para que os cafés criem seus estilos. No ambiente do Café Metrópolis, que fica próximo da Praça Espanha, Eimer teve suas referências nos cafés franceses e criou em Curitiba “um pedacinho da França”. A construção original onde hoje funciona o estabelecimento foi demolida e reconstruída especialmente para o café, com o projeto da arquiteta Maria Nadir Miranda de Carvalho.

Toda a decoração do Metrópolis segue o estilo francês, percebido do piso ao teto. O uso de espelhos e iluminação, além de decorativos, dão a sensação de amplitude ao espaço. As janelas na fachada com luminárias de neon que indicam se o estabelecimento está aberto trazem ares franceses ao café e am­­pliam o ambiente.

No chão, ladrilhos hidráulicos fazem a combinação com os tons predominantes do espaço: azul, vermelho e branco, que são as cores do país. As mesas possuem pés originalmente franceses e ficam dispostas exatamente como nos cafés da França. O lado de fora do café também segue o padrão francês, com o tradicional toldo sobre a porta de entrada e cadeiras viradas para a rua, “para ver a vida lá fora.”

Uma coleção de peças antigas completa o estilo do ambiente. Muitas peças foram trazidas de cafés europeus e fazem parte da extensa coleção de Eimer. Algumas dessas peças ainda funcionam, como a máquina registradora e a geladeira. “Curitiba tem muito esse perfil europeu e combina com os cafés. É uma tendência.”
Café no coração da loja
No Lucca Café, da Alameda Presidente Taunay, a decoração do ambiente é relacionada com seu produto principal. Os consumidores podem saborear o café ao mesmo tempo em que apreciam a sua produção. “A máquina que faz a torra do café é o coração da loja e por isso é posicionada estrategicamente. Toda a cafeteria está disposta em volta da máquina, que é o espaço central”, explica o arquiteto Marcelo Valente. Ele afirma que esse conceito segue a tendência de cafeterias europeias.

Acompanhando a máquina de torra, a decoração se estende pelas sacas de café dispostas por toda a loja. Esses elementos não estavam previstos no projeto inicial, mas foram incorporados com o aumento da produção de café, que além de consumido no local é comercializado para os clientes e outros estabelecimentos. O cheio do café por todo o ambiente insere ainda mais o frequentador nesse conceito.

“O café é algo quente e passa a sensação de aconchego”, diz Va­­lente. A decoração do espaço possui sofás e poltronas que formam pe­­quenos lounges. O mobiliário preto contrasta com a iluminação amarelada e com as cores vibrantes nas paredes. As cores seguem a identidade visual da marca e são versáteis para o público variado que frequenta o local.

O imóvel onde o Lucca Café funciona passou adaptações para receber o estabelecimento. A estrutura original foi mantida, mas algumas modificações realizadas priorizaram a abertura de todo o ambiente para dar destaque ao maquinário e visibilidade por todo o espaço. Fazem parte da decoração uma butique com produtos da marca e uma livraria no interior da loja.

No Frans Café, da Rua Gonçalves Dias, a acomodação dos frequentadores é o principal direcionamento da decoração. Os projetos variam de acordo com a franquia, mas sempre possuem alguns pontos que remetem à marca.

A arquiteta da rede, Sonia Pit­telli Campos, aproveita o uso de sofás, poltronas e a disposição de vegetação interna para dar a sensação de conforto aos clientes. “O obje­­tivo é estimular a permanência do cliente na loja, de maneira confortável e aconchegante”, ex­­plica. O local favorece a longa permanência com jornais, revistas e rede wireless, que assim como nos demais cafés citados pode transformar o espaço em um ambiente pa­­ra trabalho ou reuniões.

A loja do Batel, em Curitiba, foi a primeira da rede que teve em seu projeto a criação de uma fachada adequada à lei de despoluição visual de São Paulo. A alternativa encontrada foi o aprimoramento da iluminação dentro e fora da loja. Na fachada, a iluminação aliada ao painel de madeira destaca o nome da loja, bem como todo o prédio iluminado. No ambiente interno a opção foi pela luz fria com coloração amarelada. “Investimos em uma iluminação com consumo de energia mais eficiente sem perder o conforto do cliente”, diz Sonia.

Café Metrópolis – Rua Carlos de Carvalho, 1.148. Fone: (41) 3233-6034. Lucca Café – Alameda Presidente Taunay, 40. Fone: (41) 3016-6675. Frans Café – Rua Gonçalves Dias, 151. Fone: (41) 3042-2301
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