Destruidoras de lares

Tribuna | 19 de agosto de 2015 | Foto: Brunno Covello/SMCS 

A conversa foi longa. Bastante chateadas e cheias de rancor, duas mulheres trocavam figurinhas de como descobriram puladas de cerca dos maridos. Tudo só foi confirmado com ajuda do celular – ou também por descuido da parte deles. O papo rolou enquanto as duas seguiam no ônibus executivo que vai ao aeroporto (e como a viagem foi longa deu pra pegar o papo inteiro). Pra não perdermos nenhum relato das duas, conto hoje a história de uma e na semana que vem o relato da outra.

“Meu mundo caiu naquele dia. Em 20 anos de casada nunca pisei no trabalho dele, avisei que não quero participar de nada nessas pocilgas. E também nunca proibi nada, eles faziam almoço no trabalho, nossa funcionária fazia a comida pra ele levar…

Aí eu descubro uma mensagem da mulher do trabalho falando ‘a Rê tá te chamando pra ir na casa dela mais tarde, vamos?!’ Que tipo de intimidade a mulher tem pra mandar uma mensagem dessas?? E ele ainda respondeu que sentia muito, mas não poderia ir. Mandei deletar na hora e excluímos todos os contatos do celular dele. Minha vontade era quebrar todos os eletrônicos. ‘Acabou a festa’, eu falei. Não vai ter mais nada na casa de ninguém.

– Mas ele te respeita – tentou ponderar a amiga. Você vai continuar com essa situação?

– Respeita nada. Se me respeitasse não ficava trocando mensagem com vagabunda. Agora tenho que decidir o que vou fazer, se fico com ele ou não. Mas é pior ficar fingindo que tá tudo bem, porque eu choro o dia inteiro. Também que se dane, é só vender a casa.

Acredita que ele arrumou a minha empregada pra fazer faxina na casa da ‘amiga’ dele? Esses dias ela comentou: ‘Vou na casa da amiga de vocês. Lá na Fulana’. Ele é um dissimulado, falou que eu não permito ele ter amigas. Só não acabei com ela ainda porque ela é uma favelada.

– Tá perdendo tempo, amiga, você tem que prejudicar logo ela” – sugeriu a amiga, que vai ter seu relato dramático contado na semana que vem!