A tarada do busão – parte 1!

Tribuna | 01 de julho de 2015 | Foto: Brunno Covello/SMCS

Não vou me alongar, pois mais esta colaboração de Tailor dos Santos dispensa apresentações. Só explico que, pra poder contar direito a história vou dividir o texto em duas partes. Na semana que vem você fica sabendo o desfecho do agito no madrugueiro:

“Eu e mais três colegas esperávamos o madrugueiro Pinheirinho-Rui Barbosa, na volta de uma baladinha no Largo da Ordem, quando ela chegou pedindo dinheiro pra passagem.

Deveria ter uns 35 anos ou menos, mas estava detonada pela vida nas ruas. Morena, um olho maior que o outro, cabelo todo despenteado, voz esganiçada como a do Pato Donald.

Causava estranhamento e certo receio nas pessoas. Mesmo assim estava feliz, eufórica quando se aproximou do nosso grupo e já chegou tirando uma casquinha:

– Nossa! Que piazada bonita… cada gatão! Me arruma aí uma ‘intera’ pro ônibus, meus lindos!

Enquanto falava colocava uma mão na cintura, rebolandinho de leve e piscando para as outras pessoas na fila, tipo malandra gostosa tirando onda com a piazada. Demos alguns trocados, ela continuou a esmolar na fila, e volta e meia olhava para nós e piscava seu olho maior.

O madrugueiro chegou e ficamos os quatro na sanfona do articulado conversando, quando ela se aproximou:
– Não pegaram ninguém? É que eu não tava lá. Senão eu já catava um de vocês… ou os quatro! Tem que ser os quatro porque um só não dá conta. Vocês não são de nada.

Algumas pessoas no ônibus riam das brincadeiras dela, e pra não ficarmos por baixo, entramos no jogo:

– Pegava nada… com essa lataria não pegava nem gripe!

– É que eu tô desarrumada, mas quando me produzo pra sair, fico gata viu?

Ela falou erguendo os seios com as mãos, empinando a bunda e fazendo beicinho. Logo depois aconteceu o imprevisto: ela puxou a blusa para cima, deixando à mostra seios pequenos, que balançavam ao ritmo de uma música imaginária. Ela ria que se acabava com nosso súbito constrangimento…”

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