Só Jesus na causa

Tribuna | 02 de janeiro de 2015 | Foto: Brunno Covello/SMCS

Nem sempre o “espírito de Natal” nem os bons modos nem a educação embarcam com os passageiros no busão. Com o stress todo do final do ano, pode acontecer de um ou outro se encrencar. Aí já vem aqui pra coluna (na esperança que no ano que começa a gentileza seja regra e não exceção)!! A colaboração é da leitora Vanessa de Andrade, que durante o ano que passou participou bastante:

“Foi na minha última viagem do ano no biarticulado. Entrei no ônibus e fiquei ali na sanfona, onde tudo acontece. Mas logo pude avançar e já aconteceu um “stress”: um rapaz reclamando com uma mulher. Ela queria descer, mas ele não dava passagem.

Ele falou para ela que esperasse o ônibus parar e enquanto isso ficaram “engrossando” um com o outro. Ela já lascou: “Só Jesus na causa mesmo!”. O Santo nome sempre invocado em vão… Lá do céu ninguém tem a ver com isso, eles que se resolvam! No fim ele acabou descendo antes e a mulher: “Aleluia! Glória a Deus!”.

Aí um senhor começou a falar no celular: “Já.” Pausa. “Já saí de casa. Tá. Passo lá.” E ficou, ficou falando… A conversa estava desinteressante e fiquei prestando atenção pra fora do busão (o que me chamou atenção mesmo foi o tanto de gente que vi dormindo debaixo das marquises. Friozinho e eles lá com seus cobertores… triste). Nisso o homem no celular me chamou a atenção de novo. Olhou para o relógio e falou: “Já chego lá no GuaRdalupe.” hehehe Conhece o Terminal do GuaRdalupe???

Na volta pra casa, ainda estava na escada para entrar no tubo de volta, uma moça lá dentro disse: “Gente! (o “gente” era só a cobradora e eu). “Gente! Roubaram a minha sacola dentro do ônibus!” A cobradora: “Xiiii!” Pensei comigo: “O pessoal da marquise não foi. Estão ainda dormindo. Mas pelo jeito tem um outro povo já no batente agindo no busão.”

 

Curta e grossa
Assim que passou pela catraca o rapaz diz, já dentro do tubo:

– Putz, peguei o sentido errado.

A cobradora nem se abalou com a situação, muito menos ficou solidária ao passageiro com cara de bobo depois da mancada:

– Agora já passou, bonitinho. Não posso fazer nada por você!

Restou a ele só sair pela portinha, atravessar a rua e pagar uma nova passagem no tubo do sentido contrário.

 

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