Ela não bebe em serviço. Mas depois…

Tribuna | 26 de novembro de 2014 | Foto: Brunno Covello/SMCS

O relato foi enviado por um colaborador assíduo da coluna, que ouviu a história numa linha de transporte coletivo da Região Metropolitana de Curitiba:

– Cada uma tem um jeito contra a cornice: você se tranca e chora, eu bebo e ela joga baralho.

Pelo tom do início da conversa ao telefone, já deu pra perceber a queda da moça por uma bebida alcoólica.

Ela conta que na noite anterior chegou em casa e o cara que morava no mesmo apartamento entrou no banho. Porém fez questão de enfatizar à amiga que os dois não estavam mais juntos. Aí ela resolveu abrir uma garrafa (não captei o nome da bebida) e tomar uma dose, o que surpreendeu o indivíduo ao sair do banheiro.

– O que você tá fazendo? – perguntou o ex.

– Não devo satisfação, você não é mais meu marido – rebateu, “na lata”, a mulher.
Ela prossegue no papo com a interlocutora no celular:

– Engraçado que quando a gente estava junto só brigava. Agora que estamos separados parece que a gente se dá bem. Mas não tem como voltar.

A jovem só não conseguiu explicar porque os dois continuam dividindo o mesmo teto, se é que a relação realmente esfriou.

E a sequência do longo papo no celular – não resta dúvida de que ela aderiu a um plano desses de custo zero para ligação da mesma operadora – só comprovou a tese de que ela não gosta de beber em serviço.

– Tô pensando em montar um restaurante com a Ciclana. Tô de saco cheio do meu serviço, quero largar logo. E naquela região os caminhoneiros reclamam que não têm lugar pra tomar café e almoçar. Não é pros funcionários das empresas, mas pros caminhoneiros. Quero fazer uma comidinha gostosa e barata, mas sem bebedeira, essas coisas…

E antes mesmo de viabilizar o empreendimento, já faz planos para ampliar o negócio:
– E no fim de semana quero colocar uma máquina de frango e fazer risoto e maionese pra vender.

A jovem também já sabe dos “ônus e bônus” da vida de empresária:

– Tem que acordar bem cedo, às 6h, pra fazer marmitex e estar pronto às 10h30, 11h. Mas às quatro ou cinco da tarde, “tamo” livre se a gente quiser sair e tomar uma cerveja. Aí a gente vai ser as bêbadas no bar dos outros…

 

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