Primeiros socorros

Tribuna | 03 de setembro de 2014 | Foto: Brunno Covello/SMCS

Tudo corria na normalidade de sempre. Passageiros entrando no ônibus, outros saindo, uma licença aqui, um empurrãozinho ali até que o biarticulado Santa Cândida-Capão Raso parou na nova estação Bento Viana.

Entre os passageiros que entraram no busão, um rapaz jovem – devia ter uns 20 anos – ficou parado ao lado da “sanfona” do biarticulado. Até então tudo normal, até o momento em que ele, segurando uma das mãos, começou a gemer e se segurava com dificuldade.

Percebendo a “movimentação esquisita”, a moça que estava sentada ao lado dele, perguntou: “Tudo bem aí, moço?”. Mostrando a mão cheia de sangue, ele respondeu: “Bati minha mão quando fui tirar a blusa. Bati no “teto” do tubo e me cortei”.

“Você vai ter que dar uns pontos aí, porque está bem fundo o corte”, disse imediatamente o morenão que estava ao lado e minutos antes combinava a balada do final de semana pelo telefone (não teve nada de muito revelador no papo do morenão, por isso não vou contar aqui na coluna).

Nisso, a japonesa que estava ao lado do rapaz lhe estendeu um lenço de papel para cobrir o corte. A moça que estava sentada levantou para ele se sentar e tirou da bolsa o álcool em gel.

Como era de se esperar, a expressão dele foi de dor assim que passou o álcool sobre o ferimento. Mas o legal foi ver a cara de “assustado” do rapaz com tanta ajuda de uma vez só. Para os outros passageiros, que nem perceberam o acontecido, tudo continuava na normalidade de sempre. Afinal, não é sempre que tantas pessoas prestam atenção – ao mesmo tempo – em quem está ao lado…

 

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