Tombaço no busão

Tribuna | 18 de setembro de 2013 | Foto: Brunno Covello/SMCS

A colaboração de hoje é do colega e amigo Luiz Ferraz, que, assim como eu, nem sempre consegue segurar o riso quando alguma coisa estranha acontece no ônibus: “Como é costumeiro em Curitiba aos sábados, principalmente de noite, é fácil ver os ônibus circulando pela capital cada vez mais vazios. Já passava das 20h e minha missão era ir do Água Verde para o Bairro Alto. No caminho para a casa de um amigo, onde mais tarde aconteceria uma festa a fantasia, a noite já dava mostras que seria, no mínimo, divertida.

Com poucos passageiros no ônibus, busquei um lugar individual e me acomodei. Logo em seguida, duas mulheres, uma mais velha e a outra mais nova (que mais tarde descobri que eram mãe e filha) sentaram logo atrás de mim. Depois de mais ou menos cinco minutos, um carro fechou o ônibus e a senhora, no auge dos seus sessenta e poucos anos, voou aproximadamente seis metros e só parou graças aos ferros da roleta. Foi um tombo de cinema no busão de Curitiba.

De imediato, o ônibus parou e os poucos passageiros, inclusive eu, fomos até a senhora para saber se estava tudo bem. Devia estar doendo muito, mas ela, com aquela mistura de dor e vergonha, deu um leve sorriso amarelo e disse que estava tudo bem.

Tudo muito bom, tudo muito bem, bateu aquela vontade de rir lembrando do pacote absurdo que a senhora levara instantes atrás. Segurando a risada, quando ela e sua filha já haviam se restabelecido e voltado aos seus respectivos lugares, a filha disse: “Mãe, eu falei pra senhora não beber hoje! Viu no que deu!”. O final da frase foi o estopim para eu soltar uma gargalhada. Não resisti, olhei pra trás e vi as duas, mesmo diante da situação no mínimo dolorida na noite daquele sábado, gargalhando de todo o ocorrido”.

 

Mostrando o saco
Não se assuste. Ou pode se assustar sim. Pelo menos eu sempre me assusto quando isso acontece: o senhor que vem pedir dinheiro no biarticulado, já que ele tem algum problema de saúde. Mesmo argumentando que “só Deus pode dar a multiplicação”, ele ainda tenta convencer os bons passageiros a dar alguma moedinha mostrando o saco que fica pendurado junto ao seu corpo cheio de sangue, na altura da barriga. Entendo que o problema é sério, mas não é nada agradável essa exposição, né?! Mas ele se preocupa com quem tá vendo. Quando ia passar perto da criancinha ele escondeu o recipiente.

 

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