Bolo de Santo Antônio já é vendido em Curitiba

Tribuna | 12 de junho de 2013 | Foto: Marco Lima

A fila de dobrar o quarteirão em frente à Igreja Senhor Bom Jesus dos Perdões, na Praça Rui Barbosa, revela que as festas em homenagem a Santo Antônio já estão acontecendo. A tradicional distribuição do bolo do santo casamenteiro começou ontem em cinco paróquias da capital e segue até o final da semana com a realização de missas.

Envolvida na organização da festa da Igreja Senhor Bom Jesus há 19 anos, a coordenadora do evento, Claudionora Conceição dos Santos, 62, espera vender 50 mil pedaços do bolo de 10 toneladas. No meio da massa estão 15 mil imagens de Santo Antônio. Cada unidade é vendida a R$ 3,00 e a renda arrecadada com a festa é utilizada com ações sociais com moradores de rua e com os frades que residem no local.

“Não era devota do santo, mas fui me envolvendo cada vez mais”, conta Nora, como é conhecida. Solteiríssima, ela trabalha como atendente em uma confeitaria e dedica todas as férias para a festa, onde coordena uma equipe de 50 pessoas.

Nas extensas filas para pegar o bolo estão homens e mulheres que, além de casamentos também pedem proteção ao santo. A estimativa é que 60% dos frequentadores procuram um novo amor. Entre eles está o taxista Cláudio Pereira, 38, à procura da imagem de Santo Antônio pela terceira vez. “Vai que dá certo”, confia.

A também taxista Michele Abreu, 38, já conferiu de perto os resultados que encontrar um santinho pode trazer. Há dois anos ela encontrou duas imagens no bolo e entregou a seu filho que passava por problemas no namoro. Hoje ele está casado. “Eu estou bem resolvida solteira, mas encontrar um amor sempre é bom”, disse.

Amor e cuidado
Para o Frei Alexandre Magno, a festa de Santo Antônio promove a aproximação dos fiéis à igreja. Ele destaca que, mais do que arrumar um casamento, o santo ressalta uma relação de amor e cuidado. “Nós devemos ter uma relação de cuidados e não de posse do outro. Amar é saber cuidar e a mensagem de Santo Antônio traz o matrimônio como um espaço em que o outro tem que ser amado. Não temos que buscar a própria felicidade, mas do outro”, explica.