A história se repete

Tribuna | 18 de abril de 2013 | Foto: Marco Charneski

A grande quantidade de lixo jogada ao lado de quase toda a extensão do muro do estádio do Pinheirão não é uma exclusividade da Rua Armando Prince, no Tarumã. Da mesma maneira que os Caçadores de Notícias mostraram ontem (17) no Cabral e Água Verde, o local representa a falta de respeito com moradores e com a limpeza pública.

A condição da rua traz vários problemas que os moradores enfrentam diariamente. Além do lixo, o trecho não possui calçada. “As crianças que vão para a escola são obrigadas a passar pelo meio da rua. Já aconteceu de um motorista desviar de uma criança e cair no córrego”, conta o economista Valdir Lopes Gouveia, que mora há 13 na região. Ele diz que a situação piorou depois que o estádio parou de funcionar.

A presença de um córrego próximo, aliado ao acúmulo de lixo, aumenta a incidência de animais nas casas. Entre os montes de materiais descartados estão pedaços de madeira, restos de telhas, móveis e vários aparelhos de televisão. Animais mortos também são frequentemente jogados.

A empresária Michele Teixeira, que mora na rua há 20 anos, já chegou a encontrar uma cobra em seu quintal, junto com os ratos e baratas. “Esses dias parou um carro de um supermercado e jogou 30 sacos de feijão estragado do lado da minha casa. Depois que a prefeitura limpa, melhora um pouco, mas depois de um mês já volta a mesma situação”, lamenta. Ela diz que os responsáveis pelo lixo são moradores próximos ao local.

Para o pai do fiscal de loja André Silveira Del Santo, o problema ficou ainda mais grave. No ano passado, o segurança de 53 anos contraiu leptospirose. “Agora ele está bem, mas quase morreu. Ficou um mês internado no hospital”, lembra o filho. Ele diz que os ratos são presença frequente, mas se engana quem pensa que eles possuem o tamanho de um camundongo. Pela descrição dos moradores, os roedores têm quase o tamanho de um gato.

 

Moradores de olho
O descarte ao lado dos muros do Pinheirão acontece sempre durante a noite. Mesmo assim, os moradores ficam atentos e procuram inibir quem joga lixo no local. Valdir Gouveia já tentou tirar fotos, mas não obteve sucesso pela falta de iluminação. “É uma falta de educação”, critica.

Michele e o marido, o supervisor de vendas Jackson Teixeira, também utilizam esta tática. “A gente finge que está tirando fotos, pede pra não fazer isso”, conta Teixeira. Outro problema que ele aponta é o mato que cresce ao lado do córrego e serve de esconderijo a assaltantes. De acordo com o morador a situação se acentua quando o estádio é ocupado por circos e parques de diversão. “O índice de assaltos aumenta bastante”, destaca.

 

Responsabilidade do proprietário
De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, a responsabilidade pela criação da calçada e manutenção do passeio é da empresa proprietária do estádio do Pinheirão. A reportagem entrou em contato com a JD Agricultura e Participações Sociais Ltda, mas não teve retorno até o fechamento da matéria. A secretaria informou ainda que fará a retirada do lixo do local, como faz quando é solicitado pelos moradores.

http://www.parana-online.com.br/editoria/cidades/news/663313/?noticia=RUA+NO+TARUMA+VIRA+DEPOSITO+DE+TODO+TIPO+DE+LIXO