Navegador indomável

Tribuna | 19 de setembro de 2012 | Foto: Marco Lima

Quem anda pelo Bairro Alto e se depara com a grande estrutura de ferro em frente a uma casa na Rua Adílio Ramos percebe na hora que se trata de um barco. Porém, é impossível adivinhar que em menos de dois anos o barco modelo Multichine 29 pés – que já foi confundido com um submarino, uma estação tubo e até mesmo um outdoor – estará cruzando oceanos.

O responsável pela embarcação é o serralheiro Pedro Luiz Costa, 49, que começou a montar o barco há quatro anos para colocar em prática um dos planos de vida que definiu no seu aniversário de 40 anos de idade. “É uma das cinco coisas que não posso morrer sem realizar”, conta. Com a habilitação de capitão amador, Costa monta o barco sozinho e trabalha apenas nos finais de semana.

A estrutura de aço já está pronta e o próximo passo é terminar a parte de marcenaria e de equipamentos. O casco será vermelho e o nome da embarcação já foi definido: Indomável, inspirado em sua história, pois enfrentou muitas negativas e dificuldades para dar continuidade ao seu sonho. Todo o projeto foi feito pelo serralheiro, que pensou nos mínimos detalhes para criar uma nova casa para ele e sua esposa. “Calculei tudo para caber um casal com conforto. Quando acabar o trabalho vou morar no barco”, diz.

A rota principal também está definida. Será uma travessia oceânica, sem descartar a possibilidade de uma volta ao mundo. Entre os destinos mais desejados está o Cabo Horn, o ponto mais extremo da América do Sul, onde as conduções de navegação são difíceis. “Dizem que quem atravessa o Cabo Horn ganha o título de homem do mar e tem direito de colocar uma argola de ouro na orelha esquerda”, sonha Costa. Para isso ele preserva as duas orelhas intactas, sem nenhum furo, esperando o brinco dourado.

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