Os infiéis de Curitiba

Tribuna | 29 de junho de 2012

Os maridos que moram no Batel e as esposas que vivem no Portão precisam ficar atentos. É nestes dois bairros onde estão, respectivamente, as esposas e os maridos mais infiéis de Curitiba. Foi o que revelou um levantamento do site AshleyMadison.com, especializado na busca de relacionamentos extraconjugais.

Entre os usuários cadastrados no site, 49% das mulheres moram no Batel e 80% dos homens no Portão. No geral, o Água Verde é onde estão os mais infiéis, 9,8% entre os 25 mil usuários da capital. A busca de dados por bairros foi feita a partir do cadastro dos usuários, que fornecem o CEP de suas residências para facilitar a busca por novos parceiros geograficamente mais próximos.

O representante do site no Brasil, Eduardo Borges, aponta ainda mais um perfil dos curitibanos interessados em trair seus parceiros, o que não se diferencia do retrato nacional. Os homens têm em média 41 anos de idade, muitos são executivos, pertencem às classes A e B e traem mais de uma vez por mês. Já a média de idade entre as curitibanas é de 29 anos. “A função do site é unir as pessoas que estão interessadas em trair. Elas conseguem acessar de forma sigilosa e mais tarde recebemos as histórias do que aconteceu”, explica Borges.

Sexo e vingança
Os motivos que levam homens e mulheres a procurar outro relacionamento são diferentes. Geralmente eles buscam novas parceiras porque estão insatisfeitos com o casamento, mas não querem se divorciar, enquanto elas traem por vingança. “Muitos homens não querem perder a família só pela falta de sexo, assim ele supre isso e volta para o casamento”, avalia Borges. Foi este o argumento apresentado por um usuário curitibano que é casado e procura por companhia. “Mulher que não dá assistência”, descreveu ele, que não se separa porque gosta da esposa e ainda espera que ela mude.

As mulheres, garante Borges, agem principalmente em resposta à falta de afeto e companheirismo. Mas também são registrados casos mais extremos, como da curitibana que não gostou do presente de aniversário que ganhou do marido. “Ela disse que estava feliz e satisfeita no casamento, mas o marido fez uma coisa absurda que foi dar uma caneta de presente. Para ela isso demonstrava que ele não se importava”, conta. Borges diz ainda que a traição não diminuiu o amor da mulher e até a fez se sentir melhor.

Vazio pessoal
Além da insatisfação com o relacionamento, a psicoterapeuta Vera Regina Miranda aponta outros dois fatores que influenciam em uma relação extraconjugal: a necessidade de preencher um vazio pessoal e a oportunidade para a traição. “Vivemos uma época em que os relacionamentos são mais transitórios, as pessoas buscam mais o prazer e a satisfação imediata de suas necessidades”, diz.

Desta forma, ela orienta que é preciso investir no autoconhecimento, como uma forma de identificar os problemas e buscar uma solução. Assim é possível verbalizar os problemas pelos quais a pessoa está passando como também saber exatamente que tipo de relacionamento deseja e o que pode oferecer ao parceiro. “O que há com o relacionamento e comigo? O que espero e o que tenho? São questionamentos importantes”, diz.

 

 

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