A pegadora

Tribuna | 25 de setembro de 2013 | Foto: Brunno Covello/SMCS

Sexta-feira, dia em que a expectativa pra balada já começa cedo. Não foi diferente com a menina que desde a fila para entrar no ônibus estava no celular esquematizando tudo com a amiga. Claro que pra não perder nada do plano, sentei bem pertinho dela e consegui entender o enredo.

“Ele ficou arrependido, amiga, sabe que eu “vi ele” pegando outra. Eu disse pra ele “te vi com a linda lá””. Na verdade não foi apenas uma “linda”, mas duas que o galã pegou na mesma balada. A garota continuou e contou que a justificativa dele é que apenas uma foi por querer e a outra moça foi quem agarrou o garoto. “Ele tá arrependido mesmo. Até falou pro Fulano: “por que essas coisas acontecem comigo? Será que eu vou conseguir conquistar a Ciclana?” Mas eu não sei não. Já tentei duas vezes, será que a terceira vai dar certo?”, disse a garota.

E até tudo se resolver ela não perdeu tempo nem ficou esperando pelo bofe. Naquela mesma noite a festa seria na casa de outra amiga, onde estaria o segundo pretendente. “Iiihhh, amiga. Beltrano vai estar lá? Acho que vou ficar com ele hoje, então”.

 

Bbbusão
Além de falar amenidades (sobre o tempo ou a própria vida), cobradores e motoristas também falam sobre o trabalho e as empresas “concorrentes”. Entre uma fofoquinha e outra o motorista contou que em uma das empresas de transporte coletivo aqui de Curitiba os funcionários vivem num verdadeiro Big Brother. “A empresa é cheia de câmeras, ficam sempre de olho nos funcionários”, disse. A “espiadinha” dos patrões é real e pelo que o motorista disse, os chefes ficaram de olho num funcionário que (como acontece muito por aí) ganhava bem, mas não fazia nada. Ao observar que o cara passava o dia “dando migué”, mandaram pra rua.

 

Leitura de busão: O Continente 1 ­ Coleção O Tempo e o Vento. Autor: Erico Verissimo (Literatura nacional / Romance). História que nesta semana estreia nas telas do cinema!

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