A força das multinacionais
Revista Dimensão | 133 | junho 2013 | Foto: Dunlop
O anúncio de duas novas multinacionais instaladas no Paraná reforça a posição do estado como importante destino às grandes empresas. São cerca de 20 corporações, de todas as partes do mundo, instaladas em solo paranaense. Junto com elas estão as mais recentes a inaugurar novas plantas: a fabricante japonesa de pneus Dunlop e a francesa Gemalto, voltada a produtos de tecnologias de segurança.
“São grandes empresas mundiais que comprovam o ótimo momento vivido pela economia paranaense. Esse momento é baseado em uma cadeia produtiva cada vez mais diversificada, mão de obra qualificada e infraestrutura em evolução”, avalia o secretário de estado da Indústria, do Comércio e Assuntos do Mercosul, Ricardo Barros. O comandante da pasta destaca os investimentos e empregos gerados, especialmente no interior paranaense. Barros pontua que em dois anos do Programa Paraná Competitivo o estado atraiu mais de R$ 20 bilhões em novos investimentos, que geraram cerca de 136 mil empregos com carteira assinada.
Oportunidade
Criado no início de 2011, o Programa Paraná Competitivo contempla diversas medidas com o objetivo de tornar o estado competitivo e destacá-lo na agenda dos investidores. Estão previstos pelo programa dilação de prazos para recolhimento do ICMS, investimentos para melhoria da infraestrutura, comércio exterior, desburocratização e de capacitação profissional.
“Podemos falar, sem sombra de dúvida, que hoje o Paraná possui o melhor programa de atração de empreendimentos de todo o país. Com o Paraná Competitivo passamos a fazer as negociações caso a caso. Para cada empreendimento há um desenho diferente levando em conta as demandas fiscais, de infraestrutura, qualificação profissional e o interesse público. São assinados protocolos de intenções onde estão estipuladas as obrigações de cada um dos lados”, destaca o secretário Barros.
Desenvolvimento local
A instalação da Dunlop em Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), irá trazer retornos além do aumento da produção da empresa. Localizada em um município que há pouco tempo era considerado uma cidade dormitório – já que a expressa maioria de seus habitantes se deslocava até a capital para trabalhar – a multinacional irá estimular ainda mais o desenvolvimento local. “Só o fato do grupo Sumitomo entrar em Fazenda Rio Grande estamos levando um nível de pessoas e de novas possibilidades para que a cidade se expanda, com hotelaria, gastronomia, tenha opções de atender nossos funcionários e visitantes que ficarão no entorno”, observa o gerente de marketing e vendas da Dunlop, Renato Baroli.
A nova unidade recebeu investimento de R$ 560 milhões. A planta está instalada e já começou sua produção de pneus em caráter de testes, com calibragem e balanceamento das máquinas. A previsão é gerar 1,5 mil empregos e produzir inicialmente 1,5 mil pneus por dia, com a meta de ampliar a produção diária para 15 mil unidades até 2015. “A fábrica de Fazenda Rio Grande vem para que a Dunlop seja um player doméstico. Sendo doméstico, com a produção adaptada ao mercado, daremos entrada como um equipamento original, fator muito importante para o reconhecimento da marca”, diz Baroli. Além de negociar com as principais montadoras instaladas no país, a marca também investe no mercado de reposição, com 50 lojas oficiais criadas até o final do ano.
Integrada com a região
Instalada em Pinhas desde 1996, a Gemalto, empresa francesa com sede na Holanda do ramo de segurança digital, escolheu novamente o município da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) para a expansão de suas operações. A inauguração aconteceu no início de junho. “O vínculo com a região falou mais alto. E, claro, fatores técnicos fundamentais como: qualidade da infraestrutura, nível técnico da mão de obra, nível de escolaridade e cultural. Por fim, potencial de desenvolvimento da região, em termos econômicos, técnicos e culturais”, conta o Diretor de Manufatura da Gemalto Brasil, José Luiz Pellegrini, que vê grande potencial econômico para o município para atrair outras empresas.
A sede antiga foi desativada e a nova unidade possui 27 mil metros quadrados, sendo 100% integrada ao ecossistema. Instalada no terreno do Weiss Scarpa, a Gemalto também participa da educação de mais de 800 jovens. A empresa não fala sobre projeções financeiras, mas durante a inauguração da planta o vice-governador Flávio Arns divulgou um investimento de R$ 30 milhões. “A nova planta pode dobrar a capacidade produtiva em relação à planta anterior. Em termos de tecnologia, a nova sede vai produzir os artigos que estão disponíveis no portfólio da companhia e em uso pelo mercado. Serão desenvolvidos, ainda, software seguros, executados em dispositivos cujos projetos também serão personalizados. Além disso, a planta tem capacidade para gerenciar esses dispositivos, os dados neles contidos e os serviços oferecidos, ou seja, o ciclo de vida completo”, revela Pellegrini.
