Áreas de lazer concentradas em praças

Empreendimentos do segmento econômico apostam em projetos de praças residenciais, oferecendo ampla área de lazer

Gazeta do Povo | 9 de maio de 2010 | Foto: Marcelo Elias/ Gazeta do Povo

Nos últimos anos, o conceito de condomínio-clube, com ampla área de lazer, consolidou-se nos projetos de condomínios de médio e alto padrão. Hoje esse diferencial também está acessível em empreendimentos do segmento econômico com o conceito de “praças residenciais”, que tem se difundido entre as construtoras. Em geral, são condomínios com mais de quatro torres (chegando em alguns casos até 45) com a área de lazer concentrada em praças para estimular a convivência dos condôminos.

Entre as inúmeras torres que compõem os empreendimentos, as praças tornaram-se espaço de convívio entre os moradores. Em vez de salas fechadas, prevalecem espaços ao ar livre e com predominância de árvores. “As praças residenciais fazem parte de um projeto de urbanismo diferenciado, com área verde e um visual significativo”, explica o diretor da Regional Sul da Rossi, Gustavo Kosnitzer. A empresa criou a linha Rossi Praças Residenciais em que as áreas de lazer ficam dispostas por todo o terreno, entre as torres, formando praças por todo o espaço.

Em Curitiba, dois empreendimentos da Thá e Rossi seguem esse conceito. São eles: o Vida Bella Praças Residenciais, localizado no bairro Atuba, e o Recanto Verde, no Pinheirinho. Apenas no Vida Bella são sete praças entre 45 torres e no Recanto Verde são 15 torres.

O investimento em praças residenciais e variadas opções de lazer ajudaram o estudante universitário Marcos Felipe Monteiro, de 19 anos, a optar pelo Recanto Verde. Ele, que sempre morou em casas e se preocupa com a sustentabilidade, mudou seu conceito sobre apartamentos ao conhecer o empreendimento onde irá morar com a futura esposa. “Pensava no apartamento como um local pequeno, apertado, sem espaço para lazer. Acredito que o condomínio terá um preço justo, principalmente se comparar com o que precisaria pagar para ter acesso a uma academia ou a um clube”, diz.

Para o analista de sistemas Rafael Sandim Kretzschmar, de 28 anos, a disposição da área de lazer no condomínio Castel di Bettega, da MRV, também foi decisiva para a compra do imóvel. O empreendimento conta com oito torres, uma praça central e espaço de arborização entre a área de lazer. “Contribuiu com certeza. Estive em outros empreendimentos, mas não tinham a mesma estrutura da área de lazer. Nunca havia pensado em morar em um condomínio com praças, mas é muito interessante”, comenta.

“Os espaços de lazer são um dos principais atrativos para as classes populares. A tendência é que esse tipo de construção se mantenha”, analisa o economista e consultor da Brain Consultoria, Fábio Tadeu Araújo. As opções de entretenimento, no entanto, vão além de churrasqueiras, salões para festas ou jogos.
Estrutura
Além da Thá e Rossi, empreendimentos de outras construtoras em Curi­tiba apostam nessa estrutura. “Cada vez mais a qualidade de vida está presente nos empreendimentos pelas áreas de convívio. As construtoras estão incorporando essas opções para oferecer uma estrutura mínima e trazer praticidade para dentro do terreno. Entendemos que isso é necessário para todos”, afirma Silvia Fernandes Soares, arquiteta e coordenadora de Produtos da Cyrela Brazil Realty, incorporadora do Plaza Sprada, da linha Living. No empreendimento, localizado ao lado do Ecoville, praças ficam dispostas entre as quatro torres, com opções de espaço fitness e área de jogos ao ar livre, pomar e outros, além de um espaço central com piscina e salões.

A segurança é outro fator que contribui para o sucesso dos empreendimentos com praças residenciais. “É tudo estruturado para dentro do empreendimento. As crianças não jogam mais bola na rua e podem fazer isso no condomínio”, complementa Silvia. “As famílias precisam de um espaço para convívio e que seus filhos tenham espaço para brincar e se desenvolver. As praças residenciais proporcionam segurança e praticidade”, diz Kosnitzer, da Rossi.

Para o diretor presidente da imobiliária Habitec, Luis Fernando Koeheler de Camargo, que percebe o aumento da procura por esse tipo de empreendimento, “as praças dão uma sensação mais humanizada a conjuntos residenciais de grande porte. Isso agrega valores ao condomínio e os clientes procuram por isso.”

Entre tantos fatores que contribuem na decisão de compra de um imóvel, a oferta de áreas de lazer tem se revelado um item importante. “A área verde traz clientela a favor da compra. Está entre os primeiros pontos de decisão, junto com a localização e a planta do imóvel”, afirma Camargo. “Optamos por itens (na área de lazer) de fácil manutenção, mais simples e que não são caros, quando comparado aos projetos de alto padrão”, explica Juliana Furiati Lopes Siqueira, gestora de projetos da MRV, responsável pelo condomínio Castel di Bettega.


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