Barraco no tubo

Tribuna | 09 de abril de 2014 | Foto: Brunno Covello/SMCS

Antes mesmo de chegar à estação tubo já escutei uma gritaria. Primeiro achei que eram amigos exaltados, mas logo em seguida percebi que não, o barraco já estava armado: duas mulheres se xingando aos gritos. Entre elas a cobradora com cara de poucos amigos.

‘Nunca tinha visto a senhora aqui. Agora vá embora‘, gritou a mulher. A outra respondeu: ‘vou mesmo‘. E eu ali sem entender nada do que estava acontecendo, com a curiosidade aumentando na mesma proporção que todas ficavam com os rostos vermelhos de raiva. Como estava com um tempinho sobrando, deixei passar o ônibus (onde embarcou a mulher xingada) e fiquei por ali para saber se descobria mais alguma coisa do que tinha acontecido.

Eis que tudo começou quando a senhora xingada chegou à estação tubo e, mesmo sem ter dinheiro para pagar a passagem, exigiu entrar sem pagar – e pelo jeito não foi muito educada, pois despertou a ira da outra passageira que era amiga da cobradora. Insistente, a senhora embarcou na promessa de pagar um outro dia, mas deixou a cobradora na mão, já que a moça estava saindo de férias naquele dia e teria que desembolsar o dinheiro. E nisso começou a gritaria…

Para resolver o impasse, uma das passageiras se dispôs a pagar a passagem, mas também tomou as dores da cobradora, que ficou ali com cara de monga (e com jeito de que fez besteira e colaborou para toda a situação).

 

Eeeee quiabo!
Mais uma colaboração da leitora (assídua) Vanessa de Andrade, que transforma o que escuta no busão em bordões usados em casa:

‘Imagine a cena: biarticulado cheio, 3h da tarde, sol de rachar e um bêbado entre os passageiros… Pela hora não sei se digo que o homem ’já’ estava bêbado ou ’ainda’ bêbado…

Bem, as pessoas costumam meio que cair umas sobre as outras dependendo do ’estilo de direção’ do motorista, principalmente nas freadas. O que dizer do bêbado então? Era só o motorista pisar no freio, que o bêbado se desequilibrava todo, quase caia e dizia bem alto: ’Eeeeeee quiabo!’. Mais uma freada e ’Eeeeee quiabo!’.

Eu tive a sorte de descer logo, mas fiquei imaginando que o figuraça gastou muita baba dizendo ’Eeeeee quiabo!’. Isso já virou bordão aqui em casa. Não podemos ver ninguém sob o feito da cana que já dizemos: ’Eeeeee quiabo!’

 

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