Um buraco atrás do outro

Tribuna | 26 de junho de 2013 | Foto: Felipe Lima

Centro de um impasse entre a prefeitura de Curitiba e a concessionária Autopista Litoral Sul, o trecho da Rua Eduardo Pinto da Rocha que passa abaixo da BR-376, no Contorno Leste, também representa transtornos para quem precisa passar por ali caminhando, com bicicleta, a pé, de carro ou caminhão. Em aproximadamente 200 metros sem asfalto é possível contar mais de 50 buracos, que transformam a pista em um rally, e também reduzem a velocidade dos veículos, formando engarrafamentos.

Muito movimentada por fazer a conexão entre grandes bairros da região sul da cidade, como Alto Boqueirão, Sítio Cercado, Ganchinho e Umbará, a rua foi revitalizada no ano passado, mas as obras no trecho que passa sob a rodovia foram interrompidas em outubro de 2012, por causa de um embargo da concessionária. Desde então a prefeitura ficou responsável por realizar a manutenção da área, com colocação de brita, o que só foi realizado apenas uma vez e, de acordo com a Secretaria Municipal de Obras, deixou de ser autorizado pela empresa.

Sem a manutenção, as condições da pista pioraram, especialmente durante os dias de chuva, quando os buracos ficam cheios de água. “A chuva cobre a pista, alaga tudo e não tem como ver os buracos”, reclama a assistente administrativa Raquel Almeida de Campos, que há alguns dias estragou o para-choque de seu carro. Para desviar do trânsito e da situação da pista, ela aumenta seu trajeto em mais de 20 quilômetros para chegar ao trabalho em Fazenda Rio Grande, na região metropolitana. O estudante Lucas Hélio enfrenta a buraqueira de bicicleta e divide o espaço com os carros. “Ou você se joga na poça d’água ou é atropelado”, define.

Trabalhando em frente ao trecho da rua sem asfalto, o metalúrgico Lourenço Peres Moreno acompanha de perto os problemas causados na rua. “É um inferno. Os carros caem nos buracos, perdem placas, para-choques. E isso que o povo acostumou porque antes os motoristas vinham em alta velocidade e quando chegavam aqui davam cada freada… Quem não conhece se acidenta”, diz. Para o vistoriador de veículos Ademar Barros, a indefinição também incomoda moradores e funcionários da região. “Ficamos na mão. Falaram que em abril estaria tudo pronto, mas cada um fala uma coisa. É um drama”, lamenta.

Impasse

O problema ainda não tem prazo para ser resolvido. A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Obras classificou como difícil a negociação com a concessionária, que se arrasta desde o ano passado. De acordo com a pasta, a empresa exige que a prefeitura realize uma obra no local e apresente projeto à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para ser aprovado. O projeto já está em elaboração.

Em nota, a Autopista Litoral Sul informou apenas que foram realizadas reuniões entre a empresa e a prefeitura, nas quais “foi definida a necessidade de um projeto a ser enviado à ANTT e, desta forma, ser autorizado o início das obras, que será de responsabilidade da prefeitura”.

 

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