Em busca de uma pele de bebê

Tribuna | 22 de março de 2013 | Foto: Átila Alberti

Que mulher não sonha com uma pele impecável, mesmo com o passar do tempo? Se na maioria dos casos a preocupação só aparece próximo aos 20 anos de idade, faixa etária para a qual o mercado já começa a oferecer produtos anti-idade, os dermatologistas alertam que os cuidados devem ter início muito antes, ainda na infância, e se estender até o fim da vida. “O mais importante para a prevenção do envelhecimento é a proteção solar em qualquer época do ano e em qualquer idade”, reforça a dermatologista Kátia Sheylla Malta Purim.

O cuidado deve ter início a partir dos seis meses de idade, com o uso de protetor solar específico para bebês e crianças. Caso contrário, os danos vão se acumulando por toda a vida devido à exposição solar e trazem prejuízos para a saúde da pele, como explica a dermatologista Deborah de Torre. “O sol promove manchas, rugas, aumenta a destruição do colágeno, que é uma estrutura da derme responsável pela sustentação, firmeza e elasticidade”, afirma.

Uma vez conhecido o principal fator de envelhecimento da pele, o ideal é manter uma rotina de cuidados. Entre os procedimentos mais indicados estão a hidratação e a limpeza regular, sem contar tratamentos específicos que combatem acnes, manchas e rugas. Porém, não existe uma idade específica para intensificar os cuidados e o tratamento depende de cada tipo de pele.

“É sempre importante contar com a orientação de um profissional. Tudo depende da avaliação do tipo de pele, pois alguns produtos podem, por exemplo, piorar a oleosidade ou criar uma alergia”, destaca Deborah. Esta orientação vale desde a escolha do creme hidratante até o início da aplicação da toxina botulínica, o conhecido botox.

Tratamentos
Em geral, os tratamentos começam na adolescência, para combater a acne, o que também não está descartado na idade adulta, exigindo o uso de cremes e até mesmo antibióticos. O avanço da idade também faz com que haja interesse pela remodelação e aumento do colágeno. De acordo com o coordenador da Sociedade Brasileira de Medicina Estética (SBME) no Paraná, Afrânio Lamy Spolador, isso pode ser feito por meio de um “procedimento que eleva a temperatura de uma das camadas mais profundas da pele, sem que haja queimadura”.

Também podem ser utilizadas correntes russas faciais, laser e até a introdução de CO2 medicinal. “Existem ainda substâncias injetáveis, como os ácidos hialurônicos e o hidróxido de apatita, que podem recuperar a perda da parte da gordura facial, diminuição óssea e flacidez dos tecidos. Eles exigem a atenção de profissionais capacitados para sua utilização”, alerta.

 

‘Protetor é básico’
A bancária Débora Bond, 50 anos, sempre levou a sério o cuidado com a pele e desde os 20 anos de idade não esquece o protetor solar. Para ela, o uso do produto é sagrado, junto com o creme hidratante, entre eles um exclusivo para o período noturno. Também faz limpeza de pele a cada seis meses e tratamentos contra a flacidez. “Vale a pena, com certeza. Se não tivesse os cuidados que eu tive, não teria a pele que eu tenho”, conta ela, que garante que nunca teve problemas com acne, nem manchas.

Sabendo dos benefícios, Débora já incentiva a filha, Fernanda Vargas de Oliveira, 20, a dar mais atenção para a pele também. Há cerca de dois anos, a jovem passou a usar cremes, esfoliantes e, claro, o protetor solar. “Fico em cima dela. Temos que pensar nos cuidados para não ter problemas no futuro”, diz a mãe.

A jornalista Ana Paula Kwiatkowski, 28, tem medo de que as temíveis manchas apareçam. Para isso, ela se consulta com seu dermatologista a cada seis meses ou quando identifica qualquer sinal na sua pele. “Mancha é muito fácil de adquirir, tenho a pele branca e, por isso, tento cuidar mais”, conta. Na sua rotina de cuidados, que começou aos 20 anos, ela afirma que “o protetor é básico”, junto com a esfoliação semanal e a hidratação. “Vale a pena, dá diferença sim”, garante.

O sol não é apenas vilão
Apesar de promover o envelhecimento da pele, a exposição ao sol faz bem ao organismo, especialmente para o fortalecimento dos ossos, desde que realizada de maneira correta. O ideal é proteger as áreas de maior contato com a radiação solar, como o rosto, colo, braços e dorso das mãos, além de evitar o horário de exposição entre 10h e 16h. “Todo mundo precisa de exposição ao sol e da vitamina D, senão há o risco de ter osteoporose”, explica a dermatologista Deborah de Torre. De acordo com ela, 15 minutos de exposição são suficientes para absorver a vitamina.


Alimentação influencia
Ter uma pele saudável também exige nutrientes que só uma dieta equilibrada pode oferecer. A receita já é bastante conhecida: apostar nas vitaminas e nas fibras. “É preciso se policiar, manter uma garrafinha de água próxima, comer pelo menos três frutas por dia e fazer refeições completas, com carboidratos, proteínas e vegetais”, recomenda a coordenadora do curso de Nutrição da Unibrasil, Cynthia Passoni.

Ela destaca que a água, em especial, tem papel fundamental na saúde da pele, pois ajuda na eliminação de toxinas e mantém a pele mais saudável, renovada e com rápida cicatrização. “Quando pensamos em hidratação, pensamos em cremes, mas a hidratação só é eficiente quando acontece de dentro pra fora”, reforça a nutricionista, explicando que sucos, por exemplo, não trazem os mesmos resultados. “Tem que ser água mesmo”, reforça. Já as frituras e alimentos industrializados precisam ser evitados. Eles aumentam a oleosidade da pele e favorecem o envelhecimento.

http://www.parana-online.com.br/canal/mulher/news/658081/?noticia=MULHERES+EM+BUSCA+DE+UMA+ETERNA+PELE+DE+BEBE