Levando fora

Tribuna | 17 de dezembro de 2012 | Foto: Brunno Covello/SMCS


Dois amigos voltam do colégio conversando normalmente até que o Ligeirinho para ao lado do Interbairros. Um dos dois observa pela janela e encontra no outro ônibus uma menina com quem tem um rolinho. Animadíssimo, ele abre aquele sorriso e acena para a garota no ônibus ao lado enquanto fica esperando a resposta da pretendente. Mas para a desilusão do jovem, ela não vem.

Visivelmente constrangida, a menina dá um tchau bem mixuruca e vira a cara, morrendo de vergonha, provavelmente torcendo para o ônibus arrancar de uma vez. Ele, coitado, ficou com cara de taxo e como se isso não fosse suficiente, o amigo ainda faz um comentário bem sacana:

– Cara, ela nem te deu bola, te ignorou…

 

No colinho
É o ônibus encostar no terminal que começa aquela correria de gente querendo entrar o mais rápido possível pra encontrar um lugar. E não interessa se tem alguém tentando descer, senhorinha ou mãe com criança de colo. O povo quer mesmo um banco para chamar de seu, nem que seja por três pontos. Foi nessa que um amigo meu passou uma de suas maiores vergonhas da vida ao tentar conseguir um espacinho entre as duas portas do Ligeirinho, como ele mesmo contou:

– Vim com a bunda mirando o banco e quando soltei a mão do ferro pra sentar, o motorista deu uma brecada. Pense num gordo que caiu no colo de um cara. Mas também, caí igual a um gato na água. Levantei na hora, garante ele.

 

#Cena bizarra: O senhorzinho com a maior cara de nojo observando a menina que, despreocupada, penteia o cabelo no ônibus e joga no chão o chumaço que solta da cabeça. Revoltado, ele ainda solta pra quem quiser ouvir: “mas é uma porca mesmo”.

 

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