Futuro se traduz em mobilidade

Mudanças previstas pelo Ippuc têm foco no aprimoramento do sistema viário e do transporte público

Gazeta do Povo | 29 de março de 2011 | Foto: Divulgação

Enquanto registra um crescimento populacional de 0,96% e aumento na frota de veículos na casa de 5%, Curitiba se consagra como uma das cidades brasileiras com o maior número de carros. A situação é percebida pelos 432 quilômetros quadrados da cidade e também faz parte dos planos de curto, médio e longo prazo do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), órgão ligado à prefeitura.

Ao invés de grandes mudanças na estrutura de Curitiba, os cidadãos podem esperar para os próximos anos ações que seguem a mesma linha aplicada na capital até o momento. O foco principal do Ippuc diz respeito ao aprimoramento do sistema viário e do transporte público. “Precisamos trabalhar a mobilidade como um todo, com a integração modal. Temos que fazer com que a cidade não pare e mantê-la num patamar de tráfego aceitável como o que temos hoje”, afirma o presidente do órgão, Cléver Almeida. Segundo ele, apesar da grande frota de veículos, a capital consegue manter melhor índice de fluidez do trânsito se comparada a outros municípios com menos veículos.

A definição de Curitiba como uma das sedes da Copa do Mundo em 2014 e a possibilidade de conseguir recursos com o governo federal anteciparam a realização dos projetos e podem concretizar o mais ousado: o metrô. O projeto básico do novo modal está pronto e foi apresentado ao governo federal. Com isso, o Ippuc acredita ter condições de receber parte da verba para a execução do projeto, que totaliza R$ 2,2 bilhões, por meio da segunda edição do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A resposta do governo será dada em junho.

Uma das primeiras obras que será utilizada para os curitibanos neste ano é a aposta do Ippuc para desafogar o trânsito. O anel viário consiste na definição de ruas presentes em oito bairros (Rebouças, Alto da XV, Alto da Glória, Centro Cívico, Bom Retiro, Mercês, Batel e Água Verde) como vias de ligação entre diferentes áreas sem a necessidade de se passar pelo Centro. Além de vias alargadas e nova pavimentação, o anel terá um sistema de semáforos programado para a manutenção do fluxo.

Vias de ligação entre o Centro de Curitiba e o Aeroporto Afonso Pena, as avenidas Marechal Floriano Peixoto e Comendador Franco passarão por revitalização. Está prevista a continuação da Linha Verde, em direção à região norte da cidade. A Avenida Cân­dido de Abreu também terá novidades, com a criação de um calçadão entre as praças Dezenove de Dezembro e a Nossa Senhora de Salete. “Com as melhorias teremos uma vida útil bastante expressiva, principalmente nos corredores de transporte. É preciso considerar que o planejamento precisa de constante modificação e ajustes”, avalia Almeida.

Em relação às críticas de que o Ippuc teria estagnado no tempo e de que não investe em um novo modelo de planejamento, o presidente afirma que não identifica uma situação alarmante. “Não acredito que o planejamento não está dando conta das demandas que estamos tendo, tanto na mobilidade quanto nas diversas áreas. Muito pelo contrário, vejo um nível de atendimento bastante bom”, rebate.

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